"Tenho músicas ardentes,
Ais do meu amor insano,
Que palpitam mais dormentes
Do que os sons do teu piano!"

Álvares de Azevedo

domingo, 9 de junho de 2013

Não julgueis o meu poema bobinho. rs
Acho que é a saudade da pena entre os dedos... 


"Soluços

Eu estou agora ébrio. À turba:
Engoli-vos as vossas etiquetas. 
Na floresta, das copas matriarca,
Sois o casco, algoz das violetas. 

Não julgueis, ó órbita de múltiplas faces,
O palor e murchidão da superfície. 
Meu olhar escurece sobre as laudas
Qual a lua ao ocultar-se nas planícies. 

Esvaiu-se o ardor dos contatos!, 
Qual a chuva em espelho corrente...
Das meiguices; dos dedos trançados
Não há sonho, nem raio fulgente. 

Meu amor tu levaste em teu peito... 
A solidão ao espreitar-me simulada.
Nas lacunas, no vácuo de meu âmago
Vejo a morte a sorrir-me admirada."

Murillo Homem